sábado, 14 de novembro de 2009

Uma Crônica


Não sou muito forte em crônicas, porém como esta foi elogiada por conhecidos meus, cá está.

Chama-se "A Covardia"


O homem perdera as estribeiras. Estava parado diante do abismo, comtemplando o céu estrelado, chorando angustiadamente, tão fraco, tão fora de si, enraivecido, abandonado. Perguntava ao céu e a si mesmo "Por quê, Deus? Justo comigo!"

Ele, que perdera tudo o que imaginava ser bom em sua vida: a mulher que o abandonara, sua família que não confiava mais nele, não tinha emprego, não tinha mais alegrias, nada mais tinha. Era isso o que pensava.

Olhava o abismo, admirado com a profundidade negra e infinita. Segurava-se a uma árvore, tão à beira que parte de suas raízes ficavam visíveis mais abaixo.

Sabe-se lá qual loucura ou realidade o fizera enxergar um par de olhos brilhantes na vasta escuridão. Eram lindos olhos, atraentes e que o chamavam para o fundo do precipício. O homem sentia-se loucamente atraído por aquela visão, perdido em pensamentos. Encontraria no abismo o alívio de suas dores? Seria aquele par de olhos a Morte o convocando? Mas ele não pensou em hesitar, pois de alguma forma aquilo poderia sim salvá-lo de todas as suas tristezas e sofrimento. De repente ouviu uma voz, e era a voz mais suave que ele jamais ouvira e que dizia, repetidas vezes "Jogue-se". Sem pensar duas vezes, lá ia o homem adentrando o vazio, caindo no abismo, entregando-se à covardia e ao suicídio.

Um comentário:

  1. mostra bem a realidade de um cara que não possui vontade de lutar pelo seus principios....bem marcante ^^ na minha opnião claro ^^

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